quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Brontossauro.


Período: Jurássico Tardio.
Ordem, subordem, família: Saurischia, Sauropodomorpha, Diplodocidae.
Localização: América do Norte.
Comprimento: 21 metros.
O Apatosaurus ajax, mais conhecido como brontossauro, movimentava-se constantemente, alimentando-se dia e noite. Quando eles passavam, o chão tremia porque um animal adulto pesava o equivalente a cinco elefantes. A idéia do estrondo que um animal podia fazer ao caminhar deu nome ao brontossauro, o "lagarto trovão". O nome apatossauro foi usado inicialmente para esse dinossauro, portanto é o nome correto, mas seu significado literal, "réptil sorrateiro", dificilmente se aplicaria a um gigante como ele. Com altura de 3,60 metros nos ombros, comprimento de cerca de 21 metros e peso de 30 toneladas, esse pacífico herbívoro não era capaz de se esconder ou desaparecer no cenário.

 Apatosaurus

Museu Canadense da Natureza
O brontossauro era um saurópode que se tornou dominante no período jurássico

Como seus parentes próximos, o barossauro e o superssauro, esse saurópode tinha cabeça pequena, um pescoço longo e esguio, e uma seção central robusta e pesada. Também era dotado de fortes pernas e de uma longa cauda que terminava em um chicote fino.

 Apatosaurus skull

Museu Americano de História Natural
Crânio de apatossauro

Alguns anos atrás, um dos mais célebres erros da história da ciência foi identificado: o esqueleto de brontossauro em exibição no Museu Carnegie de História Natural, em Pittsburgh, portava o crânio errado. O crânio de um camarassauro, que pertencia a família diferente, havia sido instalado no esqueleto. O brontossauro foi localizado quase completo, quando escavado, mas sem cabeça. Na época, o melhor palpite era o de que seu crânio se assemelhava ao do camarassauro, com perfil arredondado e obtuso, grandes dentes usados para esmagar alimentos, e mandíbulas poderosas. Os cientistas que perceberam o erro estudaram os mapas da escavação onde todos os ossos haviam sido localizados e perceberam que o crânio correto havia se separado do corpo por alguns metros, antes da fossilização. O crânio verdadeiro também era parte do acervo do Museu Carnegie. O crânio do brontossauro se assemelhava bastante ao do diplodoco, com um perfil alongado e fino, e dentes pequenos e delicados na porção frontal da mandíbula.

O pescoço do brontossauro era pequeno, perto da cabeça, mas a base do pescoço, perto do corpo, era bem larga, e os ossos do pescoço eram longos e maciços. A despeito de seu pescoço longo, a capacidade de elevar a cabeça dos brontossauros era limitada, e eles provavelmente não podiam erguê-las muito acima dos ombros.

Os ossos da porção média do corpo eram imensos. As costelas eram longas e retas, e as vértebras eram grandes, mas apresentavam porções ocas que as tornavam mais leves, sem lhes tirar a força. As pernas eram retas e fortes, como as de um elefante, com pequenos e curtos dedos. Os dedos das patas dianteiras não tinham garras afiadas, exceto o interno, que tinha uma garra apontada para o lado de dentro. Os pés traseiros tinham três garras ligeiramente parecidas com o casco de uma vaca.

O brontossauro era mais alto nos quadris que nos ombros. A altura de um animal crescido era de cerca de 4,5 metros nos quadris. As ancas eram largas e os ossos da bacia precisavam suportar o imenso desgaste das caminhadas de um corpo tão pesado. Os ossos da cauda perto da parte frontal eram também imensos e todos dispunham de protrusões altas às quais os músculos se apegavam para manter a cauda longe do chão. A cauda pesava diversas toneladas, provavelmente, e seu uso mais plausível era facilitar o equilíbrio do apatossauro ao caminhar. O comprimento da cauda, cerca de nove metros até a ponta, provavelmente ajudava na distribuição do peso.

Os primeiros paleontologistas tinham muitas idéias erradas sobre o brontossauro. Devido ao seu tamanho, os cientistas acreditavam que possa ter vivido na água. Na verdade, os animais viviam em locais semi-áridos. As pegadas mostram que caminhavam em terra e seus esqueletos não exibem adaptações relacionadas a uma vida na água.

Por muitos anos, artistas e cientistas desenharam brontossauros e seus parentes arrastando as caudas no chão ao caminhar, mas não há provas disso. As pegadas dos saurópodes não apresentam marcas de cauda e os ossos da cauda não mostram sinais de dano ou desgaste. Além disso, uma cauda de duas a três toneladas se prenderia em plantas ou em rachaduras nas rochas, caso fosse arrastada. O brontossauro carregava sua cauda bem longe do corpo e ela se movia graciosamente a fim de ajudá-lo a preservar o equilíbrio.

Outra idéia errada surgiu porque o esqueleto foi montado de modo incorreto. O brontossauro foi montado com as patas abertas, o que indicaria que ele caminhava com movimento pronunciado dos quadris. As pegadas demonstram que os saurópodes posicionavam os pés quase exatamente sob o centro de seus corpos, ao caminhar. É provável que caminhassem de maneira tão graciosa e tão eficiente quanto os elefantes.

O brontossauro, assim como os demais saurópodes, era herbívoro. Os paleontologistas argumentam sobre que métodos ele empregava para comer o bastante para manter vivo seu corpo de 30 toneladas. O crânio e as mandíbulas parecem pequenos demais para a ingestão de volume suficiente de comida. Além disso, as plantas dominantes da época, as coníferas, não eram nutritivas o bastante para esses gigantes. Uma adaptação que ajudava em sua digestão eram os gastrólitos, ou "pedras estomacais", em seus aparelhos digestivos. Os dinossauros engoliam pequenas pedras que ajudavam a triturar as plantas em seus estômagos. Gastrólitos são ocasionalmente encontrados em escavações de brontossauros e de seus parentes.

Os bontossauros adultos tinham poucos inimigos, mas os mais jovens seriam presas fáceis para predadores gigantes como os alossauros e os ceratossauros. Os jovens provavelmente se mantinham próximos de seus pais e de outros adultos, que os protegiam contra ataques. Um conjunto de pegadas de dinossauros no Texas demonstra que, em um rebanho de saurópodes, os adultos se moviam do lado de fora e os animais mais jovens ficavam perto do centro do grupo.

O brontossauro era um dos saurópodes mais comuns. Restos do animal foram encontrados em Utah, no Colorado e em Wyoming, mas ele pode ter vivido também mais ao sul e mais ao norte. Esqueletos e restaurações de brontossauros estão entre os exemplares mais comuns em museus porque poucos dinossauros eram maiores. Trata-se do mais estudado dos saurópodes.